Economia
Produção de suínos cai 43% e Rondônia tem o pior resultado em 32 anos
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A produção de suínos caiu por 32 anos seguidos em Rondônia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1985, o estado produzia 502.814 cabeças de suínos. No Censo Agropecuário de 2017, a pesquisa revelou um rebanho de 284.953 suínos nas propriedades, uma queda de 43,32%.
O resultado na queda da produção foi feito após o IBGE divulgar os primeiros dados do Censo Agropecuário 2017, na semana passada.
A análise de dados feita pelo G1 revela que durante 15 anos, entre 1970 e 1985, Rondônia cresceu gradativamente na produção de suínos. No primeiro Censo Agropecuário, na década de 70, eram 13.189 cabeças sendo criadas por produtores. Já em 1985 havia um rebanho de 502.814 cabeças, isto é, um crescimento de mais de 3.000% no estado.
Porém, desde 1985 o estado tem perdido o rebanho de bovinos. Os dados do Censo mostram que em dez anos, entre 1985 e 1995, o estado perdeu 18,39% do rebanho. Desde então a produção vem sofrendo quedas seguidas.
Os dados da pesquisa, segundo o IBGE, são preliminares e referem-se ao mês de setembro de 2017.
Maiores produtores
Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Nova Mamoré é atualmente o município que mais tem propriedades com suínos. Ao todo, são 1.254 propriedades.
A Seagri também divulgou a situação das outras cinco primeiras colocadas no ranking:
- Cacoal – 1.204 – propriedades
- Porto Velho – 1.144 propriedades
- Machadinho – 1.066 propriedades
- Jaru – 1.062 – propriedades
- Espigão do Oeste – 946 propriedades
Motivo da queda
O veterniário Thiago Corrêa, consultado pelo G1, acredita que a produção de suínos provavelmente caiu devido ao preço pago pelo quilo ao produtor rural. Em média, conforme a cotação da Emater-RO de julho de 2018, o quilo do suíno é vendido a R$ 9,36.
“O custo pra criar é muito alto ao produtor e a venda do produto final não está compensando. Com isso, o suíno está perdendo espaço para os bovinos nos últimos anos”, diz.
Para o veterinário, é preocupante a qued gradativa do rebanho no estado. “Não vai acabar de vez os suínos, mas se continuar caindo assim, a tendência é que o preço da carne aumente para o consumidor final no mercado local” , afirma.